Principal causa de óbitos por doenças entre crianças e adolescentes, o câncer foi tema de palestra envolvendo a rede pública de saúde de Niterói. Realizado no Núcleo de Educação Permanente e Pesquisa (NEPP), da Policlínica de Especialidades Sylvio Picanço, no Centro, a exposição, que é parte da programação do Setembro Dourado, foi comandada pelo oncologista pediátrica Giovanna Chinelli após iniciativa do Hospital Getúlio Vargas Filho, o Getulinho, referência em pediatria no estado do Rio de Janeiro.
O encontro foi assim refletido por Clarice Cunha, coordenadora do Centro de Estudos do Getulinho: “quais são as possibilidades de ajudar essas crianças a terem desfechos favoráveis para os diagnósticos, que devem ser precoces? Falar isso para a Atenção Básica, onde as crianças chegam primeiro, é importante para criar profissionais de saúde que possam ser multiplicadores dos sinais de possíveis diagnósticos precoces”.
Em sua palestra, Giovanna Chinelli reforçou a máxima de que com o diagnóstico precoce as chances de recuperação são bem maiores. Mais precisamente, são 85% as chances de cura após diagnóstico, segundo dados que ela coletou em uma apresentação destinada aos profissionais de saúde da Atenção Básica.
Giovanna destacou a importância das políticas públicas e assistência social no acesso do tratamento e lembrou da Iniciativa Global dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização Mundial de Saúde (OMS) que criou metas para as nações se empenharem na causa.
“O foco é aumentar a capacidade dos países de fornecer serviços de qualidade às crianças com câncer e priorizar o câncer infantil nos níveis nacional, regional e global para impulsionar a ação”, afirmou a médica, reforçando a parceria que se deve ter entre instituições escolares, acadêmicas, organizações não governamentais (ONGs), organizações de pais e coletivos, entidades do setor privado e fundações sem fins lucrativos.
Giovanna apresentou sinais e sintomas da doença, ao que citamos: perda de peso, reflexo nos olhos, manchas roxas, dor de cabeça e vômitos, dor nos ossos, caroços no corpo, febre prolongada e palidez inexplicada.
Organizado pelo Centro de Estudos do Getulinho, o encontro foi assim avaliado por Clarice Cunha, coordenadora do setor: “como não temos estratégias de prevenção (ao falar do câncer), quais são as possibilidades de ajudar essas crianças a terem desfechos favoráveis para os diagnósticos, que devem ser precoces? Falar isso para a Atenção Básica, onde as crianças chegam primeiro, é importante para criar profissionais de saúde que possam ser multiplicadores dos sinais de possíveis diagnósticos precoces, durante toda a puericultura (conjunto de práticas no acompanhamento da saúde)”.
Citando as especificidades de cada câncer, Giovanna apresentou os tipos mais frequentes dividido em três tipos de faixa etária (até 5 anos / de 5 a 10 / mais de 10). A leucemia é o caso mais comum, ao mesmo tempo em que é o que tem maiores chances de cura, enquanto aqueles que afetam o sistema nervoso central costumam ter seus processos de cura mais complexos.
