O SUS é inspiração para a saúde do Reino Unido

Segundo reportagem do jornal britânico The Telegraph do dia 07/04, o governo britânico “está observando de perto” a metodologia brasileira dos agentes comunitários de saúde, estudando a possibilidade de aplicar um método semelhante no NHS, o sistema de saúde do Reino Unido.

Conforme o jornal, o governo do Reino Unido está implementando um projeto piloto baseado no modelo brasileiro no bairro de Pimlico, em Londres. A iniciativa deve ser expandida futuramente para 25 outras regiões da Inglaterra.

No Brasil, os agentes comunitários de saúde atuam dentro da Estratégia de Saúde da Família, que integra o Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com a reportagem do jornal britânico, os agentes comunitários contribuíram para “melhorias drásticas” nos indicadores de saúde no Brasil.

A implementação da Estratégia Saúde da Família e dos agentes comunitários teve início no Brasil no começo da década de 1990. Os Agentes comunitários integram equipes da Saúde da família junto a outros profissionais, como médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem.

Embora não possuam formação superior na área da saúde, os agentes recebem capacitação para atuar diretamente nas comunidades — visitando casas, ouvindo os moradores com atenção, oferecendo orientações de saúde, promovendo educação e facilitando o acesso aos serviços de saúde.

Logo após a vitória nas eleições, o governo trabalhista britânico demonstrou grande interesse na Estratégia Saúde da Família brasileira, enviando representantes ao Rio de Janeiro para assinar uma carta de intenções voltada à cooperação em saúde entre o Reino Unido e o Brasil, segundo o texto.

A matéria também informa que o ministro da Saúde do Reino Unido, Wes Streeting, convidou especialistas brasileiros da área para conhecer melhor os programas de saúde da família e utilizar esse conhecimento na elaboração de um plano de dez anos para o NHS.

Esse planejamento deve ser divulgado em junho, conforme o Telegraph, com foco maior na prevenção de doenças e uma mudança de prioridade — saindo dos hospitais e indo em direção ao atendimento nas comunidades, inspirado no modelo adotado no Brasil.