Celebrado em 9 de agosto, o Dia Internacional dos Povos Indígenas é um momento de reconhecimento à força, à sabedoria e à resistência dos primeiros povos que habitaram este território.
Em suas tradições, os povos originários carregam formas próprias de cuidar da vida. Essas práticas não se contrapõem à ciência: elas a completam, oferecem sentido e aprofundam o cuidado. É nesse cenário que nasce a necessidade de uma saúde pública que saiba escutar, aprender e respeitar. Levar saúde às comunidades indígenas não é apenas garantir acesso a serviços, é reconhecer o território, compreender a cultura e construir relações de confiança.
Muitos ensinamentos indígenas atravessam gerações e ainda influenciam práticas de saúde na atualidade, como o uso de plantas medicinais usadas para prevenção e tratamento natural. Muitas dessas ervas, como o boldo, a copaíba e a erva-de-santa-maria, são amplamente utilizadas hoje em dia, tendo sua origem nos saberes dos pajés e curandeiros.
O Projeto Extramuros, do Hospital Maternidade Angra dos Reis (HMAR), é uma iniciativa que leva atendimento médico e multiprofissional para além das paredes do hospital, alcançando especialmente os povos indígenas. Com foco em um cuidado preventivo que respeita e preserva as formas de vida desses povos, o projeto busca oferecer saúde de maneira humanizada, sem interferir em seus costumes e saberes ancestrais. Assim, o HMAR reforça seu compromisso com a inclusão, a dignidade e a continuidade do cuidado, promovendo uma verdadeira integração entre a saúde pública e os modos de vida indígenas.
Os desafios ainda são muitos: acesso limitado, distâncias territoriais, invisibilidade e preconceito. Mas os povos indígenas seguem firmes, defendendo sua história, sua terra e sua forma de existir.
Mais do que uma data, o Dia Internacional dos Povos Indígenas é um convite à reflexão. Não há saúde plena sem justiça social, diversidade e escuta. Ao lado dos povos originários, o IGEDES reafirma: cuidar é também reconhecer, respeitar e pertencer.

